A Rússia afirmou ao Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira que vetará uma disputada resolução que apoia o plano da Liga Árabe para encerrar a violência na Síria se for colocada para votação já na sexta-feira, afirmou um diplomata ocidental.
O embaixador russo, Vitaly Churkin, participava de uma reunião a portas fechadas do Conselho. Segundo o diplomata ocidental que preferiu não se identificar, alguns enviados disseram que estavam próximos de um acordo sobre a resolução.
A parte mais controversa do texto é a frase dizendo que o Conselho "apoia plenamente" o plano árabe, que entre outras coisas exige a renúncia do presidente sírio, Bashar al-Assad. Moscou alega que isso equivale a uma "mudança de regime".
Apesar das objeções russas, árabes e europeus que elaboram a resolução ainda consideravam preparar nesta quinta-feira uma versão do texto para votação, disse o diplomata, que estava presente na reunião.
Tal medida não significa necessariamente que uma votação está perto de acontecer e não estava claro quando os autores do texto irão convocá-la. O embaixador colombiano, Néstor Osorio, disse a repórteres que as discussões do Conselho irão continuar na sexta-feira.
Antes da reunião, o embaixador do Paquistão, Abdullah Hussain Haroon, disse a repórteres que o Conselho formado por 15 países estava a "duas palavras" do acordo sobre uma versão alterada da resolução. Mas a embaixadora norte-americana, Susan Rice, discordou, dizendo que "essa não é a minha impressão".
A Rússia tem liderado a oposição à resolução, que busca encerrar os 10 meses de repressão aos protestos pró-democracia na Síria. Moscou diz que não permitirá uma repetição da resolução de março de 2011 contra a Líbia, que levou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a ajudar rebeldes a derrubar o líder Muammar Gaddafi.
Enquanto Churkin disse que um acordo sobre algum tipo de resolução do Conselho de Segurança sobre a Síria seja possível, ele afirmou no início desta semana que o documento não deverá ser votado pelo menos até a próxima terça-feira.
Países árabes e europeus, no entanto, pressionam para uma votação mais cedo, talvez já na sexta-feira.
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