A Embaixada da República Democrática do Congo informou à Agência Brasil desconhecer a ligação do homem que se apresentou como cônsul honorário do país com o traficante Antônio Bonfim Lopes – o Nem -, preso na madrugada desta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro. O Congo não tem embaixador no Brasil apenas uma encarregada de negócios, a conselheira Nadine Osório Tchamlesso. A embaixada informou ainda que aguarda dados da Polícia Federal para se manifestar oficialmente sobre o assunto.
Um cônsul honorário não necessita ser um diplomata de carreira nem funcionário do Ministério das Relações Exteriores. A função pode ser exercida por qualquer pessoa desde que nomeada pela representação diplomática do país. O cônsul não dispõe dos privilégios de diplomatas nem de carro oficial.
Por mais de um ano a referência da Embaixada da República Democrática do Congo em Brasília era a residência do então encarregado de negócios do país, Lumba Mfukunkatu. De acordo com funcionários do prédio, o diplomata não mora mais no local desde meados de 2009. Eles não sabem informar se ele regressou para o Congo.
O Congo passou a despertar a atenção desde a madrugada de hoje (10) à noite quando policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar prenderam o traficante Nem. Ele foi capturado enquanto tentava fugir do cerco policial na comunidade, escondido no porta-malas de um Corolla preto. Militares relataram que dentro do carro estavam três pessoas: um advogado, um homem que se identificou como cônsul honorário do Congo e outro que afirmou ser funcionário do Consulado.
O suposto cônsul impediu a Polícia Militar de revistar o veículo, alegando imunidade diplomática, e disse que só abriria o veículo para revista em uma unidade policial. O veículo seguiu, então, escoltado pelos PMs.
Durante o trajeto, os homens pararam o automóvel, na região da Lagoa, também na zona sul, e ofereceram propina de R$ 1 milhão aos policiais para que fossem liberados. Os PMs revistaram então o veículo e encontraram o traficante.
De acordo com a polícia, Nem chefiava o tráfico de drogas na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, e era considerado um dos homens mais procurados do Rio. O traficante foi levado para a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, na zona portuária do Rio.
Fonte: Renata Giraldi, da Agência Brasil
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