segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Eleições parlamentares na Rússia vencida por Partido governista

Eleições parlamentares na Rússia vencida por Partido governista
Foto: AP
Funcionários da comissão eleitoral esvaziam urnas em colégio eleitoral de São Petersburgo




O partido governista Rússia Unida (RU) voltou a ganhar as eleições parlamentares realizadas neste domingo na Rússia, embora a vitória alcançada tenha sido menos expressiva que a obtida no pleito de 2007 (64%). Segundo os resultados parciais, a RU deverá obter entre 45% e 48% dos votos, seguido pelo Partido Comunista, que deverá ficar entre 21% e 23%.

Com a vitória pouco expressiva, o partido governista deverá perder a maioria constitucional de dois terços das cadeiras do Parlamento e "terá que buscar apoio de outros partidos", como destacou o presidente da Rússia e líder nas listas da RU, Dmitri Medvedev.
Os resultados parciais também mostram que pelo menos outros dois partidos, o social-democrata Rússia Justa (RJ) e o nacionalista Partido Liberal Democrático, também garantiram espaço no Parlamento ao alcançar 13% e 14%, respectivamente.

Os principais beneficiados pela queda de popularidade da RU são os comunistas, que quase duplicaram o resultado das eleições de 2007 (11,5%), assim como a legenda partidária Rússia Justa, que obteve 7,7%.
Os nacionalistas do excêntrico Vladimir Jirinovski também tiveram um desempenho melhor do que há quatro anos, quando alcançaram apenas 7,7%.

No entanto, mesmo se a RU não atingir 50% dos votos emitidos, a repartição proporcional das cadeiras, depois da eliminação dos partidos que não superaram a barreira dos 7%, pode garantir, pelo menos, a metade do arco parlamentar.

Segundo os primeiros resultados parciais, os outros três partidos que disputavam as eleições não teriam superado a barreira dos 7%, o mínimo exigido para aceder à repartição proporcional das 450 cadeiras da Câmara dos Deputados.

"O partido (RU) conseguiu um resultado digno, que corresponde com sua influência política. A correlação que teremos na Duma refletirá a correlação real de forças políticas no país", declarou o presidente russo.

Medvedev, que já foi declarado como o eventual primeiro-ministro após a vitória governista, ressaltou que "50% da população apoia a RU" e qualificou o resultado obtido como "ótimo", assim como o atual primeiro-ministro, Vladimir Putin.

Apesar de todas as dificuldades causadas pela crise, a "RU se mantém como principal força política da Rússia", declarou Putin. "É um ótimo resultado, que reflete a situação real do país.

Este resultado nos permitirá garantir um desenvolvimento estável ao nosso Estado", completou o líder da RU.
Segundo Boris Grizlov, presidente do Conselho Supremo do partido governista, a expressiva queda de popularidade sofrida por sua formação pode estar relacionada com a própria crise europeia.

Ao proclamar a vitória de seu partido pouco depois do encerramento dos colégios eleitorais, Grizlov destacou que RU "seguirá sendo o partido governante", enquanto em vários países da Europa a crise provocou a derrota eleitoral dos partidos que estavam no Governo.

"Apesar da crise econômica mundial, recebemos o apoio do eleitorado, enquanto no Reino Unido, Espanha e Portugal, as eleições de 2010-2011 mudaram os partidos governantes. Nós já podemos dizer que RU seguirá sendo (o partido) governante", afirmou Grizlov.

Fraudes
Tanto a RU como os partidos opositores denunciaram uma série de violações da lei eleitoral durante o dia de votação. Enquanto os governistas acusavam os opositores de "fazer campanha" no dia da eleição, os opositores denunciavam fraudes que poderiam ter beneficiado o partido governante.

"Detectamos um mar de violações", declararam os comunistas. "A geografia das violações abrange todo o país", declarou, por sua vez, o nacionalista Partido Liberal Democrático.

As eleições na Rússia também foram marcadas por ciberataques que deixaram inutilizados os sites da rádio Eco de Moscou e da ONG de observação eleitoral "Golos" (O Voto). Alexei Venediktov, diretor da Eco de Moscou, disse que o ataque contra a emissora é "uma clara tentativa de impedir a divulgação de informações sobre irregularidades nas eleições".





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