No total, 22 pessoas já foram infectadas pela doença no Ceará. Segundo a Sesa, há 819 notificações suspeitas
Está sob investigação um possível caso de gripe A em Fortaleza. O boletim epidemiológico da doença, mais conhecida como Gripe Suína, confirmou mais três casos no Ceará. O que eleva para 22 o total de pessoas infectadas pelo vírus. No relatório divulgado ontem, pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), os casos estão nas cidades de Pedra Branca (18), Boa Viagem (2) e Quixadá (2).
Até este momento, a Sesa recebeu 819 notificações de casos suspeitos, distribuídos por 12 cidades, incluindo Fortaleza, onde foram feito quatro registros, mas três foram descartadas pelo exame sorológico e um ainda está em investigação.
Segundo o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca, nem todos os casos suspeitos da Capital tiveram que iniciar o tratamento com o Tamiflu.
"Apenas dois pacientes se submeteram ao tratamento, mas no fim, o exame descartou a infecção por gripe A. Ministramos o remédio por terem tido contato com pessoas de Pedra Branca, mas essa é a medida recomendada", explica o coordenador.
A maior parte desses casos suspeitos estão localizados na Região do Sertão Central do Estado, nos municípios de Acopiara (1), Quixeramobim (1), Boa Viagem (43), Independência (3), Quixadá (3), Mombaça (1), Senador Pompeu (1) e Pedra Branca (759). O restante das notificações estão em Várzea Alegre (1), Maracanaú (1) e Itapipoca (1).
Estratégia
Manoel Fonseca informa que o Ministério da Saúde enviou para o Estado nove mil caixas de Tamiflu, medicação utilizada para o tratamento da gripe A. "É uma medida preventiva, mas isso não significa que iremos ter esse total de casos, mesmo porque a quantidade de notificações vem diminuindo, até mesmo em Pedra Branca onde iniciou o surto", tranquiliza.
Só para ser ter um parâmetro dos registros suspeitos, no último dia 26 foram notificados 193 novos casos no hospital de Pedra Branca e na quinta-feira última apenas quatro novas notificações foram registradas.
Restam ainda cinco exames sorológicos a serem analisados para se comprovar ou não a gripe A. Estes pertencem às cidades de Fortaleza (1), Maracanaú (1), Pedra Branca (1), Várzea Alegre (1) e Senador Pompeu (1). O teste é feito pelo Laboratório Central do Ceará (Lacen).
A vigilância dos vírus respiratórios no Estado identificou ainda em circulação quatro outras formas virais. Após 358 amostras, foram identificados os vírus: Sincicial Respiratório, Influenza A sazonal, Influenza B sazonal e Parainfluenza.
"Esses são os vírus da gripe normal, portanto comuns. Não há o que se preocupar", explica Manoel Fonseca.
Mesmo com a desaceleração do número de casos, a Sesa mantém os ações de prevenção e controle, com alerta aos profissionais de saúde para os sintomas da doença.
Além de febre, tosse e dor de garganta, os pacientes podem apresentar cefaleia e mialgia. E mais: a vigilância da gripe é realizada durante todo o ano, independente de surto, em duas unidades da Capital: Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e Centro de Saúde Aída Santos.
Fonseca explica que, toda semana, essas duas unidades colhem cinco amostras de pacientes com sintomas de síndrome gripal para identificar vírus respiratórios que possam estar circulando. Na semana anterior ao surgimento do surto em Pedra Branca, foram notificados nove casos suspeitos de H1N1, mas todos foram descartados.
Nacional
No Brasil, entre as semanas epidemiológicas, 1 e 47, foram notificados 4.513 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Destes, 162 foram classificados como confirmados para gripe A e 14 pessoas morreram por conta da doença.
Vigilância
358 amostras foram coletadas para o monitoramento dos vírus respiratórios no Estado. Fora o H1N1, outros quatro circulam, sendo estes da gripe comum
THAYS LAVOR
REPÓRTER
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